quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Janela da Frente - COLETES AMARELOS - Paulo de Morais



COLETES AMARELOS


A movimentação de cidadãos em torno de uma causa comum é sempre salutar. Em particular, deve ser saudada, num País com uma sociedade civil anestesiada, uma opinião pública pouco interventiva e, muitas vezes, manipulada por uma comunicação social servil ao regime.


É, pois, bom que as pessoas se manifestem, de amarelo, vermelho, azul ou preto. Se acham que o regime merece um cartão amarelo, então vistam-se de amarelo, em concentração, manifestação, ou até de forma isolada, no seu próprio local de trabalho. 

Manifestem-se, por poucos que sejam. Façam-no sem medo e sem ceder à pressão dos que pretendem coarctar a liberdade de manifestação ou lançar anátemas sobre manifestações espontâneas de cidadãos.

Numa manifestação informal, inorgânica e espontânea, ninguém deve assumir o seu comando ou tão-pouco apropriar-se da expressão da vontade dos demais. E, da mesma forma, ninguém pode ser responsabilizado por eventuais desacatos, a não ser os seus próprios autores ou quem os contratar ou manipular.

Aos que se manifestem (muitos ou poucos), desejamos uma boa jornada. De todos os restantes, apenas se exige tolerância democrática.


Das forças policiais, exige-se respeito pelos manifestantes pacíficos e legítimos, mas igualmente uma atitude implacável com quem perturbe a ordem, seja qual for o lado da barricada em que esteja (ou finja estar).

Paulo de Morais
19/12/2018