Começar de novo
Mais um ano está a chegar ao
fim. É habitual dizermos que passou num instante, que os anos voam, o que não deixa
de ser verdade, no entanto para mim, este foi um ano tão diversificado em
acontecimentos e emoções, que dificilmente posso considerar que passou num
instante, pelo contrário parece-me que foi enorme. Olhando para trás constato que
a minha acção cívica foi tão intensa que é quase impossível dissociá-la da
minha vida privada.
Na vida privada tive
momentos de amizade partilhada, de viagem, de convívio, de reencontro, de
aprendizagem, de alegria e diversão, de ternura e gratidão. Mas também momentos
de perda e de tristeza, que nos abalam e fazem pensar sobre o valor da vida e sobre
as escolhas que fazemos para a aproveitar em cada momento.
Eu escolhi há muito, não ser
conformista, nem revolucionária de sofá, mas antes uma cidadã activa e
interventiva, por isso continuo aqui.
Desde o início do ano que as
acções da Frente Cívica se multiplicaram, foi o cessar de funções da Comissão
Instaladora, a realização da Assembleia Eleitoral e logo de seguida a organização
e apresentação da Iniciativa Legislativa de Cidadãos para vencer as
PPP - Rodoviárias. Seguiu-se uma quase volta a Portugal, de norte a sul, desdobrámo-nos
entre sessões de esclarecimento e recolhas de assinaturas.
Nestas andanças conhecemos
pessoas interessantes e interessadas, pessoas que se dispõem a organizar
eventos, que recolhem assinaturas junto dos seus conhecidos e familiares. Mas
constatámos também, que há pouca capacidade de mobilização e pouca resiliência
por parte da generalidade das pessoas.
O que agora indigna e revolta, amanhã já
foi esquecido, sem consequências, nem acção, por isso ainda nos faltam
assinaturas! Isto para não falar dos medos, dos medos que continuam a tolher e
encolher as pessoas, que cada vez mais se auto-censuram e se privam da sua própria
liberdade.
Lamentavelmente é grande a minha
indignação e revolta, com o estado a que chegou Portugal: a corrupção que parece
endémica, aparecem novos casos cada dia; a justiça que não actua; a decadência
dos equipamentos em todos os sectores é evidente e cada vez mais preocupante; a
falta de compromisso dos dirigentes, a ganância e ambição e os interesses
económicos a sobreporem-se a qualquer valor humano.
Mas, o ano está a chegar ao
fim e novo ano se seguirá, neste círculo de tempo em que o fim é sempre um
recomeço.
Vamos agarrar o nosso projecto de lei como se fosse a primeira vez, precisamos
de mais gente empenhada e activa, a nossa Iniciativa Legislativa de Cidadãos
tem de demonstrar que a Cidadania tem força, tem poder.
Será o início de uma
mudança de paradigma para a próxima legislatura.
Vamos em Frente, vamos vencer
as PPP-Rodoviárias.
13 de Dezembro de 2018
Maria Teresa Serrenho