Ética? A ética era verde, passou um burro e comeu-a!
A Ética, deveria ser um valor social que identifica o carácter, as crenças e as
relações entre seres humanos.
A diciopédia
diz: “A palavra "ética" vem do grego ethos e significa aquilo
que pertence ao "bom costume", "costume superior",
"portador de carácter" ou "modo de ser".
Trata-se de uma disciplina da filosofia que estuda a conduta humana.”
Será que
ainda podemos falar de ética? A ética ainda existe?
Estamos na
época da “pós-verdade”. A pós-verdade parece compor e limpar as acções a belo
prazer dos interessados. E um facto incontestável e condenável, passa a ter
várias interpretações e pontos de vista. Este ambiente de pós-verdade só pode
prosperar numa sociedade conformista e indiferente, numa sociedade farta da deslealdade
e da desonestidade dos políticos, que se acomodou por exaustão.
Nesta época de
falsidade, desonestidade, corrupção e compadrio a mentira é já uma regra e não
uma excepção, o significado das palavras parece perder o valor, pois, até mesmo
os que falam verdade, utilizando palavras que ficam gastas, por tanto serem
usadas pelos mentirosos, soam a falso!
E assim se vive
num mundo de mentira em que cada um escolhe a que lhe é mais favorável, para
defender os seus interesses.
Onde se encontra
a ética no meio deste lodaçal? Será que desapareceu? Ou como afirma o Zé Povinho
“era verde, passou um burro e comeu-a”.
E num país sem
ética, de políticos sem vergonha, pode-se tudo, já nem têm o pudor de se
esconder, porque tudo parece normal. Desde ter moradas falsas, marcar presenças
fraudulentas, fazer jeitinhos aos colegas de partido, assinar umas autorizações,
uns contractos, enfim, sendo efectivamente os donos disto tudo!
E a nossa
sociedade, tão “evoluída”! A nossa sociedade da informática, da web… isto, da web…aquilo,
mergulha num perigoso poço da morte, que gira numa velocidade vertiginosa, que
pode matar a sempre frágil democracia e a sua parceira Liberdade.
Que exemplos
estamos a dar aos nossos jovens? Que
educação lhes podemos oferecer? A ética, a querência e a honestidade serão
apenas para alguns? Ou são conceitos que irão ficar para a história? Devemos
antes ensinar-lhes que tudo é legítimo, que podemos tudo e que todos os meios
são válidos para alcançar os fins?
Fico seriamente preocupada e chocada
com este cenário, com os muitos exemplos dados pelos nossos políticos e
sobretudo com a naturalidade e desfaçatez, com que lidam com as situações
criadas por eles próprios.
É reconhecida a necessidade de se
educar para a cidadania, o Ministério da Educação afirma mesmo :”Enquanto processo
educativo, a educação para a cidadania visa contribuir para a formação de
pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que conhecem e exercem os seus
direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito
democrático, pluralista, crítico e criativo.”
Que bem prega São Tomaz, faz o que ele diz, não faças
como ele faz!
Mas
efectivamente só a Educação pode mudar a sociedade e os jovens são inteligentes
e talentosos, parecem hoje alheados da política, porque descrentes dos políticos,
mas chegará a hora deles e acredito que a mudança surgirá, com novos conceitos,
com novos métodos, novos paradigmas. E quero crer e esperar que com ética e respeito renovados pelo Ambiente e pelo ser Humano.