CC Agência Lusa |
A Frente Cívica escreveu esta segunda-feira ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, pedindo explicações para o facto de os cidadãos terem sido excluídos das comemorações da Implantação da República, a 5 de Outubro. As autoridades fecharam o acesso à Praça do Município, impedindo os populares de participarem na celebração.
"Para a Frente Cívica, a comemoração da República só tem razão de ser se for o Povo o celebrante. Não pode esta festa popular ser destruída por complexos aristocráticos ofensivos ao espírito da ocasião", lê-se na carta enviada pela associação. "Em 2023, só uma casta que se julga dona da República teve acesso à cerimónia evocativa. O Povo foi erradicado de uma comemoração que a ele e a mais ninguém pertence".
Na missiva, a Frente Cívica expressa o seu desagrado pela exclusão dos populares da cerimónia de aniversário da revolução republicana e pede ao presidente da autarquia e anfitrião da cerimónia, Carlos Moedas, que dê "explicações públicas, a Lisboa e ao país, sobre as razões de tão infeliz e anti-democrática exclusão".
Abaixo, a carta enviada ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa:
Exmo. Sr. Presidente
da Câmara Municipal de Lisboa,
Eng. Carlos Moedas
Paços do Concelho,
Praça do Município,
1149-014 Lisboa
Assunto: Comemorações da Implantação da
República
Data: 9 de Outubro de 2023
Exmo. Sr. Presidente da Câmara,
As comemorações da Implantação da República ficaram
este ano manchadas pela decisão de impedir o acesso dos populares à Praça do
Município de Lisboa, impedindo-nos, portanto, de participar.
Para a Frente Cívica, a comemoração da República só
tem razão de ser se for o Povo o celebrante. Não pode esta festa popular ser
destruída por complexos aristocráticos ofensivos ao espírito da ocasião, e muito
menos é aceitável a separação entre convidados VIP e a população em nome de
quem se comemora a data. Mas aconteceu este ano bem pior do que isso: em 2023, só
uma casta que se julga dona da República teve acesso à cerimónia evocativa. O
Povo foi erradicado de uma comemoração que a ele e a mais ninguém pertence.
Vimos, pois, manifestar junto de V.ª Ex.ª o nosso mais
vivo desagrado pela forma como decorreu a sessão; e a nossa profunda indignação
pelo desprezo com que foram tratados os cidadãos, herdeiros do povo que tornou
triunfal a revolução republicana. Exortamos por isso V.
Ex.ª a dar explicações públicas, a Lisboa e ao país, sobre as razões de tão
infeliz e anti-democrática exclusão.
Quem dá vivas pela República tem de respeitar a Ética
Republicana e actuar servindo o Povo, respeitando o Povo. O que
lamentavelmente, em 2023, na Câmara a que V.ª Ex.ª preside, não aconteceu.
Viva a República!
Pela Frente Cívica,
Paulo de Morais, Presidente |
João Paulo Batalha, Vice-Presidente |