À volta de uma alegre campanha
Dia 1 de Agosto começou a volta a Portugal em bicicleta,
não pude deixar de fazer uma analogia com a nossa “volta a Portugal”, para
divulgarmos a Iniciativa Legislativa de Cidadãos cujo objectivo é derrotar as
PPP-Rodoviárias, pena é que mediaticamente não tenha comparação possível.
A preparação desta “volta” começou há muito. Fizeram-se
estudos, reuniões preparatórias, calendarizações, imagem e finalmente
apresentámos a nossa (de todos nós) Iniciativa Legislativa de Cidadãos.
Começámos em Lisboa, mas logo de seguida apresentámos a Iniciativa
no Porto. Depois, fomos para a rua, demos a cara, vestimos a camisola,
contactámos com centenas de pessoas, sempre com a alegria e boa disposição que
nos é peculiar, porque sabemos que estamos a contribuir para que exista em
Portugal uma sociedade mais justa, com cidadãos mais atentos e interventivos.
Do Porto a Faro, passando por Lisboa, Odivelas, Maia, Gaia,
Figueira da Foz, Marinha Grande, Caldas da Rainha e Olhão, numa verdadeira
volta a Portugal, com o esforço e o voluntariado de cidadãos que têm a
consciência da importância da sua acção, fomos recolhendo assinaturas e de
alguma forma desassossegando aqueles que se deixam embalar por cantos de sereias
e promessas de ilusória prosperidade, cidadãos que com o pouco tempo que têm
livre, se deixam distrair por engodos televisivos e noticiosos, geralmente ao
redor do futebol ou de qualquer outro assunto cuja temática seja polémica para
comentador, comentar, comentador!
Não é a primeira vez que recolho assinaturas nas ruas, por
outros motivos, que considerei validos, já o fiz várias vezes. O contacto com
as pessoas na rua é sempre gratificante e incentivador, as histórias e
peripécias são muitas, algumas engraçadas e divertidas, outras quase dramáticas,
por nos sentirmos impotentes para poder ajudar nas situações de injustiça
social e jurídica, nas situações de pobreza e dramas pessoais, que nos chegam
todos os dias.
Há pessoas atentas e informadas que vêm ter connosco,
porque já sabem o que estamos ali a fazer e vêm, muitas vezes de longe, para
assinar, ou para entregarem inúmeras folhas de assinaturas recolhidas por elas
próprias e aí, sentimos que vale a pena o esforço, porque outros estão
connosco.
Há também aquele cidadão que não quer saber da política,
nem quer saber de nada, porque considera todos iguais, mas, depois de ouvir a
explicação, assina, leva folhas para assinar e torna-se um verdadeiro
“militante” da causa. Estes são para os voluntários que se prestam a fazer esta
intervenção uma vitória e uma recompensa do seu esforço e resiliência.
Nas voltas que a vida dá, passámos agora a outra fase, já
se pode assinar online na Plataforma da Assembleia da República, não será fácil
para alguns, mas também aqui a cidadania e o espírito de interajuda pode obviar
as dificuldades.
O Verão finalmente chegou
quente e ameaçador, a Frente Cívica não vai parar. A tarefa a que nos
propusemos é grande e não é fácil, não nos faltará vontade, alegria, força e
resiliência.
Os ciclistas da volta não
desistem, mesmo com as dificuldades acrescidas deste Verão repentino e tórrido.
Nós temos que ser corredores
de fundo, a nossa meta é derrotar as PPP. A causa é justa e são precisas 20 mil
assinaturas para que esta proposta chegue ao Parlamento, só descansaremos
quando as entregarmos.
Mais do que a nossa “volta” ou
outras voltas a Portugal, Portugal precisa mesmo é de dar a volta!
Maria Teresa Serrenho