sábado, 18 de agosto de 2018

PPP Rodoviárias – “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”



PPP Rodoviárias – “Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”


Decidi vir hoje ao vosso encontro, não para vos importunar nesse merecido descanso, o repouso em família ou o convívio com amigos, um contexto estival em que as conversas fluem e se estabelecem frugais relações de amizade, normalmente com o mar por horizonte, essa massa de água salgada que encantou poetas, como Camões, e doutores da igreja, como Santo António, a que alguns atribuem ser de Pádua e outros de Lisboa.

Santo António é um dos santos mais populares da Igreja Católica e a sua imagem está indissociavelmente ligada ao famoso Sermão de Santo António aos Peixes, pela indeclinável atitude que a este franciscano se atribui, uma vez que, ao tentar pregar, sem sucesso, a palavra católica aos “hereges”, decidiu pregar aos peixes, já que mais ninguém se dignava ouvi-lo.

Permitam-me que, com o devido respeito e a devida vénia a ambos, aqui estabeleça uma similitude entre a indeclinável firmeza de Santo António e a perseverança do Dr. Paulo de Morais na luta contra a corrupção e de uma forma particular na extinção dos ruinosos contratos das PPP rodoviárias. Os objectivos, como veremos, os mesmos, o sal da terra”.

Quanto aos meios e aos fins, já não direi o mesmo, porque se por um lado Santo António tentou converter os “hereges” e acabou a pregar aos peixes, Paulo de Morais não veio para doutrinar a sociedade ao exercício da cidadania, é antes, um exemplo de cidadania, deu o corpo às balas e denunciou a corrupção e os corruptos, afrontou pelas vias legais as Instituições e os órgãos da tutela, enfrentou lóbis poderosos que lhe moveram processos crime por difamação e todos levou de vencida, criou a Frente Cívica, uma rede de pensamento e acção colectivos que procura combater os problemas crónicos da sociedade portuguesa. Quanto aos fins, Paulo de Morais, jamais decidirá pregar aos peixes, porque preside a um movimento de cidadãos para cidadãos, em que todos se revêm no mesmo propósito, isto é, reflectir sobre os problemas sociais e políticos que afectam Portugal e pugnar pela sua resolução em benefício do colectivo.

A luta do momento é a recolha de 20.000 assinaturas que permita apresentar no Parlamento um projeto de Lei que visa extinguir os contratos de parcerias público-privadas do domínio rodoviário, permitindo uma poupança ao erário público superior a onze mil milhões de euros (11 000 000 000 €), algo que, no plano social representaria a construção de 33 novos hospitais, no plano educativo a construção de 2.200 novas escolas, entre tantas outras opções, mas que no plano macro económico representa custos astronómicos de 4 milhões de euros/DIA; 1.500 milhões de euros/ até final do ANO; 18.000 milhões de euros/ até 2039.

Tinha conhecimento desta anomia financeira que a TODOS afecta?

Não, porque os canais televisivos, estão capturados por “tubarões” económicos em obediência a alguns tubarões da política, normalmente coincidentes e em sintonia com o partido que governa, os designados “pregadores” do sistema, e estes aquários televisivos onde “o sal da terra” não entra, porque o efeito do sal é impedir a corrupção, sendo que, quando o sal perde a substancia e a virtude, e o pregador falta à doutrina e ao exemplo, a água torna-se lodosa, inútil, há que lançá-la fora porque é no meio deste lodo que os peixes grandes comem os pequenos, às vezes, cardumes inteiros.

Seria um impropério dizer que os peixes de água salobra são todos uma só coisa. Não, eles existem e alteram seus comportamentos em função da salinidade da água, e esta por sua vez, altera-se na razão directa da evaporação mediática, é por isso que, de quando em vez se eterizam alguns políticos, para retocar suas formas, cores e comportamentos, flutuações diárias, sazonais, mas voltam, disfarçados de peixe de água-doce dispostos a servir-se nos banquetes dos mesmos tubarões letais.

Vem tudo isto a propósito da forma discricionária como tem sido afastada das grandes audiências televisivas, a luta pela extinção das PPP rodoviárias, em que Paulo de Morais, em representação da Frente Cívica, é o expoente máximo dessa luta, o sal da terra, que tenta impedir a delapidação do erário público no valor de 11 mil milhões, em benefício de privados, as concessionárias.

Já ASSINOU?
VAMOS, em Frente…

Jorge Amaro
18/08/2018