Irmandades. Secretas e
Perversas.
Uma das mais poderosas
sociedades de advogados nacional, a PLMJ, foi recentemente investigada no caso
da “Máfia do Sangue”. Um dos seus sócios foi mesmo constituído arguido. Dois
dos seus mais proeminentes representantes são José Miguel Júdice e Nuno Morais
Sarmento, ambos advogados, políticos e comentadores televisivos, na RTP e na
TVI. Nos seus programas semanais, ambos fugiram ao tema escaldante da corrupção
nos negócios do sangue, com a cumplicidade dos jornalistas que, embevecidos, os
entrevistavam.
Este é um modelo que representa
o “modus faciendi” das sociedades de advogados. Usam a sua posição de
comentadores nas televisões a seu bel-prazer para defender os interesses dos
seus clientes e camuflar a informação negativa. Exemplos de personalidades de
tripla face (políticos, comentadores e advogados) são muitos. Temos, assim, António
Vitorino, sócio da firma “Cuatrecasas” ou Marques Mendes, da todo poderosa
“Abreu Advogados”.
Sociedade igualmente relevante
no panorama português é a “Morais Leitão, Galvão Teles Soares da Silva e
Associados”. Lança jovens na política e no Direito como os ex-governantes
Assunção Cristas, Adolfo Mesquita Nunes ou Paulo Núncio. Ou o actual
advogado/deputado do CDS Francisco Mendes da Silva. Os interesses dos seus
clientes são defendidos no comentário político televisivo na SIC por Lobo
Xavier que comenta toda a actividade política e económica sem que os
telespectadores se apercebam das suas ligações ao Grupo Mota-Engil, ao BPI e a
outros tantos interesses.
É também destas
sociedades de causídicos que sai a legislação que mais prejudica os
portugueses, como a das ruinosas parcerias público-privadas, elaborada na
“Jardim, Sampaio, Magalhães e Silva”, a que dão corpo e nome os socialistas
Vera Jardim e Jorge Sampaio. Vera Jardim, que debate na rádio com Morais
Sarmento, da já citada PLMJ. E até os interesses estrangeiros mais obscuros são
representados por estas sociedades. A “Uria Menendez” vem defendendo, através
do todo-poderoso Daniel Proença de Carvalho os interesses de Eduardo dos Santos,
Ricardo Salgado e Sócrates. Proença faz comentário político na rádio sem
revelar quem serve. Preside à Administração do “Jornal de Notícias” e pode
assim censurar as vozes incómodas aos negócios dos seus clientes.
As sociedades de
advogados são, em Portugal, as irmandades perversas do regime, as verdadeiras
sociedades secretas. Fazem Leis, dominam a política, condicionam a comunicação
social. E os seus membros atuam disfarçados.