Chega de Abusos!
Desde muito pequeninos que as
crianças têm um verdadeiro fascínio pela publicidade na televisão. As cores, a
música e o movimento facilmente captam a sua atenção e as fazem ficar quase hipnotizadas.
E, se por um lado as crianças se fascinam com a publicidade televisiva, por
outro lado, muito facilmente são as crianças que são utilizadas para fazerem
prender a atenção dos adultos para a publicidade.
Os anúncios feitos por
crianças (sempre lindas e de olhos ternurentos), são uma “arma” de sedução que
capta, mesmo que inconscientemente a atenção dos adultos, especialmente dos que
são progenitores.
Não é legítimo que se utilizem
as crianças, incautas e inocentes, para vender muitas vezes produtos que nada
têm a ver com elas!
Estes actos são
verdadeiramente atentados à dignidade da pessoa humana, e, não obstante existirem
convenções internacionais, estas continuam a ser ignoradas e desrespeitadas.
Claro que há outras situações
preocupantes e criticáveis, como a infelizmente já “tradicional”, utilização da
mulher em anúncios de tudo e mais alguma coisa, o que apesar de vulgarizado,
não deixa de ser um desrespeito e um atentado à mulher e à sua dignidade
enquanto ser humano.
Mais recentemente, o
envelhecimento da população, abriu um novo e promissor publico alvo, o dos
idosos. Logo apareceram muitos anúncios utilizando idosos, mais uma vez num
aproveitamento abusivo e desproporcionado da vulnerabilidade de uma outra faixa
etária.
Acresce a estes abusos, a
completa iliteracia dos cidadãos na interpretação das mensagens publicitárias,
que muitas vezes são utilizadas, como se de informações credíveis se tratassem,
aparecendo elementos credibilizadores a dar sustentabilidade a publicidade enganosa
ou encapuçada.
Mas as crianças são sem dúvida
na publicidade, o elo mais frágil e indefeso. Tem sido gritante a falta de
ética e a ilegalidade constatada ao longo de anos, num
desrespeito pela dignidade da criança.
Neste, e noutros casos, deveriam
ser as crianças, as primeiras a aprender a defender-se da publicidade agressiva.
Na escola deveria existir formação numa perspectiva critica e analítica, para a
defesa do cidadão em geral e muito especificamente na defesa dos direitos do cidadão
consumidor.
Os anúncios televisivos são formas
legitimas de publicitar serviços e produtos, se forem utilizados, com ética e
respeito. Só assim dignificarão a estação de televisão, o produto que
publicitam e aqueles que são afinal o objecto da sua acção, o cidadão
consumidor!