Vozes
de Cidadania, ou “escapes do sistema”?
É cada vez mais é visível, para
quem estiver atento às rádios e às televisões, na sua programação diurna, os
programas destinados à participação dos ouvintes ou dos telespectadores,
trazendo a debate temas de interesse popular, que prendem a atenção e
incentivam à participação.
Geralmente os temas são
relacionados com futebol, ou assuntos pouco relevantes, mas que servem de
válvula de escape, esvaziando as indignações dos participantes, com lamentos,
criticas e queixumes sempre permanentes.
Há muitas sugestões: devia-se fazer assim ou assado, o que é feito
lá fora é sempre melhor do que em Portugal, numa ladainha lamechas que não nos
larga e é cada vez mais repercutida.
Mas, muitos dos participantes
ficam com a sensação de que estão mesmo a dar a solução e sentem-se quase “conselheiros”,
com soluções e diagnósticos fantásticos para o país. Agradecem sempre
deixarem-nos participar e sentem-se realizados por poderem fazê-lo. Sentem que
lhes deram voz. Como se essa voz contasse para alguma coisa!...
Depois há o Facebook, onde muitos
escrevem verdadeiro tratados de "economês", de “alta” política, com soluções para
todos os gostos ao redor dos mesmos temas que a Comunicação Social vai
colocando na agenda mediática.
E assim a pressão vai sendo
aliviada, tal como numa panela de pressão, estes são escapes do sistema,
propositadamente construídos para suavizar tensões acumuladas.
Vamos ficar melhor ou pior?
Vamos ver o que dá!
Esperamos para ver.
Estas são sempre as expressões
de dúvida que assaltam aquelas mentes, que de uma forma consentida vão
alimentando o “sistema”.
Não nos deixemos acomodar. Precisamos
de ser CIDADÃOS activos.
A Cidadania só existe quando o
cidadão se move pelos seus direitos, se indigna pelas injustiças, e luta pela Liberdade!
Luís Serrenho